Читаем A Tormenta de Espadas полностью

Lorde Snow. Sor Alliser Thorne tinha lhe dado essa alcunha, para zombar de seu nascimento bastardo. Muitos dos irmãos tinham se habituado a usá-la também, alguns com afeto, outros para magoar. Mas, de repente, ela tinha um som diferente aos ouvidos de Jon. Soava... real.

– Sim – disse, hesitante –, já houve casos de reis que legitimaram bastardos, mas... eu continuo sendo um irmão da Patrulha da Noite. Ajoelhei perante uma árvore-coração e jurei não possuir terras nem gerar filhos.

– Jon. – Melisandre estava tão próxima que conseguia sentir o calor de seu hálito. – R’hllor é o único deus verdadeiro. Um juramento prestado a uma árvore não tem mais poder do que um juramento prestado aos seus sapatos. Abra o coração e deixe que a luz do Senhor entre nele. Queime esses represeiros e aceite Winterfell como presente do Senhor da Luz.

Quando Jon era bem novo, novo demais para compreender o que significava ser bastardo, costumava sonhar que um dia Winterfell poderia ser seu. Mais tarde, mais crescido, sentiu-se envergonhado por esses sonhos. Winterfell passaria para Robb e depois para os filhos dele, ou então para Bran e Rickon, caso Robb morresse sem filhos. E depois deles vinham Sansa e Arya. Até sonhar que não fosse assim parecia desleal, como se estivesse traindo os irmãos no coração, desejando sua morte. Nunca desejei isso, pensou, em pé diante do rei de olhos azuis e da mulher vermelha. Amei Robb, amei a todos eles... nunca desejei que nenhum mal acontecesse a nenhum deles, mas aconteceu. E agora só resta eu. Tudo o que tinha de fazer era dizer uma palavra, e seria Jon Stark, nunca mais um Snow. Tudo o que tinha de fazer era jurar lealdade a este rei, e Winterfell seria seu. Tudo o que tinha de fazer...

... era abjurar de novo os seus votos.

E dessa vez não seria um estratagema. Para reivindicar o castelo do pai, teria de se virar contra os deuses do pai.

O Rei Stannis voltou a olhar para o norte, com o manto dourado esvoaçando de seus ombros.

– Pode ser que me engane com você, Jon Snow. Ambos sabemos o que se diz dos bastardos. Poderá faltar a você a honra de seu pai, ou a perícia de seu irmão com as armas. Mas é a arma que o Senhor me deu. Encontrei-o aqui, tal como você encontrou o esconderijo de vidro de dragão aos pés do Punho, e pretendo usá-lo. Nem Azor Ahai venceu sozinho a sua guerra. Matei mil selvagens, capturei outros mil e dispersei o restante, mas ambos sabemos que eles voltarão. Melisandre viu isso em seus fogos. Esse Tormund Punho de Trovão provavelmente está reunindo os remanescentes neste exato momento, e planejando algum novo assalto. E quanto mais nos sangrarmos uns aos outros, mais fracos estaremos todos quando o verdadeiro inimigo cair sobre nós.

Jon tinha chegado à mesma conclusão.

– É como diz, Vossa Graça. – Perguntou a si mesmo onde aquele rei queria chegar.

– Enquanto seus irmãos tentam decidir quem deve liderá-los, eu tenho falado com este Mance Rayder. – Rangeu os dentes. – Um homem teimoso, esse, e orgulhoso. Não vai me deixar outra escolha a não ser entregá-lo às chamas. Mas capturamos outros também, outros líderes. Aquele que chama a si mesmo de Senhor dos Ossos, alguns dos chefes de clã deles, o novo Magnar de Thenn. Seus irmãos não gostarão disso, não mais do que os senhores de seu pai, mas eu pretendo permitir que os selvagens atravessem a Muralha... aqueles que me jurarem lealdade, que garantam manter a paz do rei e cumprir as leis do rei, e acolher o Senhor da Luz como seu deus. Até os gigantes, se aqueles grandes joelhos que eles têm puderem se dobrar. Vou instalá-los na Dádiva, depois de arrancá-la de seu novo Senhor Comandante. Quando os ventos frios se erguerem, sobreviveremos ou morreremos juntos. É hora de fazermos uma aliança contra o nosso inimigo comum. – Olhou para Jon. – Concordaria?

– Meu pai sonhava em repovoar a Dádiva – admitiu Jon. – Ele e o meu tio Benjen costumavam conversar sobre isso. – Nunca pensou em povoá-la com selvagens, porém... mas também nunca viveu com selvagens. Não se iludia, o povo livre daria súditos insubmissos e vizinhos perigosos. Mas quando punha num prato da balança os cabelos ruivos de Ygritte e no outro os frios olhos azuis das criaturas, a escolha era fácil. – Concordo.

– Ótimo – disse o Rei Stannis –, pois a maneira mais segura de selar uma nova aliança é através de um casamento. Pretendo casar o meu Senhor de Winterfell com esta princesa selvagem.

Jon talvez tivesse vivido tempo demais com o povo livre; não conseguiu impedir-se de rir.

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