Читаем Sherlock Holmes - Edicao completa полностью

– Eu estava me perguntando qual seria o objetivo nesse homem ao nos contar este monte de mentiras. Eu quase perguntei-lhe isso, pois há ocasiões em que um ataque brutal direto é a melhor política, mas achei que seria melhor deixá-lo pensar que nos havia enganado. Aí está um homem com um paletó inglês puído no cotovelo e calças deformadas nos joelhos, com um ano de uso, e no entanto, pelo seu documento e de acordo com o que afirmou, é um americano provinciano, que chegou recentemente a Londres. Não houve anúncios nas colunas de pessoas desaparecidas. Você sabe que eu não perco nenhum desses anúncios. É o jeito dissimulado de agarrar um pássaro, e eu nunca deixaria passar um faisão desses. Não conheci nenhum dr. Lysander Starr em Topeka. Toque-o onde quiser e ele é falso. Acho que o sujeito realmente é americano, mas, ele ficou com este seu sotaque polido vivendo anos em Londres. Então, qual será o seu jogo, e que motivo haverá por trás desta absurda procura de Garridebs? Vale a pena darmos atenção a esse caso, porque, se o homem for um patife, certamente é um patife complexo e engenhoso. Agora precisamos descobrir se o outro correspondente também é um embuste. Telefone para ele agora, Watson.

Fiz isso e ouvi uma voz fina e trêmula do outro lado da linha.

– Sim, sim, sou o sr. Nathan Garrideb. O sr. Holmes está? Eu gostaria muito de dar uma palavrinha com o sr. Holmes.

Meu amigo segurou o aparelho e ouvi o costumeiro diálogo sincopado.

– Sim, ele esteve aqui. Compreendo que o senhor não o conheça... Quanto tempo?... Só dois dias!... Sim, sim, naturalmente é uma perspectiva muito sedutora. O senhor estará em casa esta noite? Seu homônimo não estará aí?... Muito bem, iremos então, pois eu preferiria ter uma conversa informal sem a presença dele... dr. Watson irá comigo... Pela sua carta, percebi que o senhor não sai de casa com freqüência... Bem, estaremos aí por volta das seis horas. Não precisa dizer nada ao advogado americano... Muito bem. Até logo!

Era hora do crepúsculo num agradável entardecer primaveril, e até mesmo a Little Ryder Street, uma das menores travessas que saem da Edgware Road, perto da velha árvore Tyburn, de triste memória, parecia dourada e maravilhosa com os raios oblíquos do sol poente. A casa para onde estávamos indo era grande, antiquada, uma construção do início da arquitetura georgiana, com uma fachada lisa de tijolos, interrompida apenas por duas janelas salientes, no andar térreo. Nosso cliente morava neste andar térreo e, de fato, as janelas baixas eram a parte da frente de uma imensa sala na qual ele passava suas horas de vigília. Quando passamos, Holmes apontou para a pequena placa de metal onde estava escrito o curioso nome.

– É muito antiga, Watson – ele observou, mostrando sua superfície gasta. – De qualquer modo é o seu nome verdadeiro, e isto é algo digno de nota.

A casa tinha uma escada comum, e havia vários nomes pintados no saguão, alguns indicando escritórios, e outros, quartos particulares. Não era um grupo de apartamentos residenciais, e sim moradias de solteirões boêmios. Nosso cliente abriu a porta para nós e desculpou-se dizendo que a mulher encarregada saía às quatro da tarde. O sr. Nathan Garrideb era um homem muito alto, desengonçado, magro e calvo, aparentando mais ou menos 60 anos. Ele tinha um rosto cadavérico, com uma pele sem brilho, morta, pele de um homem que desconhece os exercícios. Os óculos grandes redondos e uma saliente e curta barba de bode, combinados com a sua atitude condescendente, davam-lhe uma expressão de curiosidade inquisitiva. Mas o conjunto era agradável, embora excêntrico.

A sala era tão esquisita quanto o seu inquilino. Parecia um pequeno museu. Era larga e comprida, com guarda-louças e armários em toda a volta, repletos de espécimes geológicos e anatômicos. Havia caixas de borboletas e mariposas de cada lado da entrada. No centro, uma mesa grande estava entulhada de todo tipo de restos, enquanto o comprido tubo de metal de um poderoso microscópio destacava-se no meio deles. Quando olhei em volta, fiquei surpreso pela diversidade de interesses desse homem. Aqui estava uma caixa com moedas antigas. Lá, um armário com utensílios de sílex. Atrás da mesa central havia um grande guarda-louça com ossos de fósseis. Em cima havia uma fileira de crânios de gesso, com nomes como Neandertal, Heidelberg, Cromagnon impressos embaixo. Estava evidente que ele era um estudioso de muitos assuntos. Naquele momento, parado diante de nós, segurava na mão direita um pedaço de camurça, com o qual estava polindo uma moeda.

Перейти на страницу:

Все книги серии Aventura

Похожие книги

Смерть играет
Смерть играет

Еще одно «чисто английское убийство» от классика детективного жанра. Сирил Хейр был судьей окружного суда в Сурее, и не случайно, что и в этой книге мотивы преступления объясняются особенностями британской юриспруденции. Итак, типичный английский городок, где провинциальный оркестр из любителей-музыкантов дает концерт вместе с знаменитой скрипачкой-виртуозом. На генеральной репетиции днем приглашенная звезда-иностранка играет бестяще и вдохновенно. Затем происходит ссора между ней и одним из музыкантов оркестра, а вечером во время концерта артистку убивают. Под подозрение попадают многие. Читатель получит истинное наслаждение, погрузившись в несуетливую атмосферу расследования загадочного преступления. Честь раскрытия убийства принадлежит отошедшему от дел адвокату Ф. Петигрю. Больше всего на свете он хочет жить спокойно, а меньше всего желает участвовать в следствие, которое ведет свеженазначенный и самоуверенный инспектор полиции. Читатель раньше полицейского может догадаться, кто убийца, если, как адвокат, знает и любит Диккенса, а также Моцарта и Генделя. В любом случае, по достоинству оценит этот образец великолепного английского детектива, полного иронии.Мисс Силвер

Сирил Хейр

Классический детектив