– De novo esse nome. Acho que no fim não foderei a senhora. Mindinho a possuiu primeiro, não foi? Nunca como do tabuleiro de outro homem. Além disso, não tem nem metade da beleza de minha irmã – o sorriso dele cortava. – Nunca me deitei com outra mulher que não Cersei. À minha maneira, fui mais fiel do que seu Ned. Pobre, velho, morto Ned. Quem tem então agora merda no lugar da honra, pergunto-lhe? Qual era o nome daquele bastardo de que ele foi pai?
Catelyn deu um passo para trás.
–
– Não, não era esse – Jaime Lannister virou o jarro de boca para baixo. Um fiozinho de vinho correu sobre seu queixo, brilhante como sangue. – Snow, era isso. Um nome tão
Brienne abriu a porta e entrou na cela.
– Chamou, senhora?
– Dê-me sua espada – Catelyn estendeu a mão.
Theon
O céu era uma sombra de nuvens, a floresta estava morta e congelada. Raízes agarravam-se aos pés de Theon enquanto ele corria, e galhos nus chicoteavam seu rosto, deixando-lhe finas riscas de sangue. Caiu, descuidado, sem fôlego, fazendo pingentes de gelo se despedaçar à sua frente.
… lançando a mão ao punhal que mantinha junto à cama e conseguindo apenas arremessá-lo ao chão. Wex dançou para longe dele. Fedor estava atrás do muro, com sua cabeça iluminada por baixo pela vela que transportava.
– O que é? – Theon gritou.
– Senhor meu príncipe – disse Fedor –, sua irmã chegou a Winterfell. Pediu para o informarmos imediatamente se ela chegasse.
– Já era mais que hora – ele resmungou, passando os dedos pelos cabelos. Começara a temer que Asha pretendesse abandoná-lo ao seu destino.
– Lorren a levou, e aos seus homens, para o Grande Salão, para quebrarem o jejum. Vai recebê-la agora?
– Sim – Theon afastou as mantas. O fogo tinha se transformado em brasas. – Wex, água quente – não podia deixar que Asha o visse desgrenhado e ensopado em suor.
Nos últimos tempos, todos os seus sonhos tinham sido frios, e cada um mais hediondo do que o anterior. Na noite passada tinha sonhado que estava de volta ao moinho, de joelhos, vestindo os mortos. Os membros já estavam enrijecendo, e pareciam resistir teimosamente enquanto ele se atrapalhava com dedos meio gelados, puxando calções e dando nós, enfiando pés duros que não se dobravam em botas forradas com peles, afivelando um cinto de couro cravejado de rebites em volta de uma cintura que não era maior do que o vão entre suas mãos juntas.
– Nunca quis isso – disse-lhes enquanto trabalhava. – Eles não me deram outra escolha – os cadáveres não responderam, ficaram apenas mais frios e mais pesados.
Na noite anterior tinha sido a mulher do moleiro. Theon esquecera seu nome, mas lembrava-se de seu corpo, seios macios como almofadas e estrias na barriga, do modo como arranhava suas costas quando a fodia. Na noite passada, no sonho, ela esteve de novo em sua cama, mas dessa vez tinha dentes em cima