Читаем As cancoes da Terra distante полностью

— Este é o último dos nossos problemas. Vamos esperar até que ele apareça. Brant, você poderia andar mais devagar? Eu gostaria de chegar lá viva. Sua atual velocidade era perfeitamente segura naquela estrada familiar, mas Brant obedientemente reduziu para quarenta cliques. Ele se perguntou se a prefeita não estaria tentando adiar a confrontação. Tratava-se de uma responsabilidade espantosa enfrentar a segunda espaçonave vinda de fora que chegava na história deste planeta. Thalassa inteira estaria observando.

— Krakan! — praguejou um dos passageiros no assento de trás.

— Alguém trouxe uma câmara? — Muito tarde para voltar — respondeu o conselheiro Simmons.

— De qualquer maneira, haverá muito tempo para fotografias. Eu não creio que eles decolem logo depois de dizer „alô!”. Havia uma certa histeria contida na voz dele, e Brant dificilmente poderia culpá-lo. Quem poderia dizer o que os esperava além da curva da próxima colina?

— Vou chamar assim que houver alguma coisa para relatar, senhor presidente — disse a prefeita Waldron no rádio do carro.

Brant nem tinha notado a chamada, perdido demais em seus devaneios. Pela primeira vez em sua vida arrependia-se de não ter estudado um pouco mais de história. É claro que conhecia bem os dados básicos, toda criança em Thalassa crescia ouvindo-os. Sabia que a medida que os séculos passavam, implacavelmente o diagnóstico dos astrônomos se tornava mais certo, a data da previsão cada vez mais precisa. No ano 3600, com uma margem de erro de 75 anos, o Sol se transformaria numa nova — não muito espetacular, mas suficientemente grande.

Um filósofo antigo observara certa vez que nada acalma mais a mente do homem do que o conhecimento de que vai ser enforcado na manhã seguinte. Alguma coisa desse gênero aconteceu com toda a raça humana durante os primeiros anos do Quarto Milênio. Se houve um momento em que a humanidade enfrentou a verdade com resignação e determinação, foi na meia-noite de dezembro, quando o ano de 2999 passou a 3000. Ninguém que visse o primeiro „3” aparecer se esqueceria de que nunca ia haver um „4”.

E, no entanto, mais de meio milênio ainda restava e muito poderia ser feito pelas trinta gerações que ainda viveriam e morreriam na Terra, como seus ancestrais haviam feito. Poderiam no mínimo preservar o conhecimento da raça e as maiores criações da arte humana. Mesmo na aurora da era espacial, as primeiras sondas-robôs a deixarem o Sistema Solar já carregavam gravações de música, mensagens e imagens para o caso de serem encontradas por outros exploradores do Cosmos. E embora nenhum indício de civilizações alienígenas tivesse sido detectado na galáxia-pátria, até mesmo os mais pessimistas acreditavam que a inteligência deveria ocorrer em algum outro lugar, nos bilhões de universos-ilhas que se estendiam até onde os mais poderosos telescópios podiam enxergar.

Durante séculos, terabite sobre terabite de cultura e conhecimento humano foram irradiados na direção da galáxia de Andrômeda e de suas vizinhas mais distantes. Ninguém, é claro, nunca viria a saber se os sinais seriam captados e, caso o fossem, se poderiam ser interpretados. Mas a motivação era do tipo que a maioria dos homens poderia compartilhar: era o impulso de deixar alguma última mensagem, algum sinal dizendo „Olhem, eu também já vivi!”

Por volta do ano 3000 os astrônomos acreditavam que seus gigantescos telescópios tinham detectado todos os sistemas planetários num raio de quinhentos anos-luz do Sol. Dúzias de mundos com aproximadamente o tamanho da Terra tinham sido detectados, e alguns dos mais próximos toscamente mapeados. Vários deles tinham atmosferas que exibiam aquela inconfundível assinatura da vida: uma porcentagem de oxigênio anormalmente alta. Havia uma chance razoável de que homens pudessem sobreviver lá, se lá pudessem chegar.

Os homens não podiam, mas o Homem poderia.

As primeiras naves semeadoras eram primitivas, mas ainda assim forçaram a capacidade tecnológica até os seus limites. Com os sistemas propulsores existentes em 2500 elas podiam alcançar os sistemas planetários mais próximos em duzentos anos de viagem, carregando sua preciosa carga de embriões congelados.

Mas esta era a mais simples de suas tarefas. Elas também tinham que transportar o equipamento automático que reviveria e criaria esses humanos em potencial, ensinando a cada um deles como sobreviver num ambiente desconhecido e provavelmente hostil. Teria sido inútil e cruel despejar crianças nuas e ignorantes em mundos tão inamistosos quanto o Saara ou a Antártida. Elas teriam que ser educadas, teriam que receber ferramentas e aprender a localizar e utilizar os recursos naturais. Depois que tivessem pousado e a nave semeadora se transformasse numa nave-mãe, ela teria que cuidar do produto de seu cultivo durante gerações.

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