Читаем A Fúria dos Reis полностью

– É tão sensato como gentil, senhor – o pergaminho desapareceu na manga do eunuco. – Ambos temos muito o que fazer. Vou deixá-lo a sós.

Depois de o eunuco sair, Tyrion ficou durante muito tempo sentado, observando a vela e se perguntando como sua irmã receberia a notícia da dispensa de Janos Slynt. Se bem a conhecia, não ficaria feliz, mas nem perto de enviar um protesto irado a Lorde Tywin em Harrenhal. Não via o que Cersei podia esperar fazer a respeito. Tyrion controlava agora a Patrulha da Cidade, mais uma centena e meia de ferozes homens dos clãs e uma crescente força de mercenários recrutados por Bronn. Aparentemente, estava bem protegido.

Sem dúvida Eddard Stark achava o mesmo.

A Fortaleza Vermelha estava escura e silenciosa quando Tyrion saiu do Pequeno Salão. Bronn esperava-o no aposento privado.

– Slynt? – perguntou.

– Lorde Janos zarpará para a Muralha na maré da manhã. Varys quis me fazer acreditar que substituí um dos homens de Joffrey por um meu. O mais provável é que tenha substituído um homem do Mindinho por um pertencente a Varys. Mas, que seja.

– É bom que saiba que Timett matou um homem…

– Varys me disse – o mercenário não mostrou surpresa. – O palerma achou que um homem com um olho só seria mais fácil de enganar. Timett cravou seu pulso na mesa com um punhal e rasgou sua garganta com as mãos nuas. Ele faz um truque em que enrijece os dedos…

– Poupe-me dos detalhes macabros, meu jantar mal parou quieto dentro da barriga – Tyrion protestou. – Como vai seu recrutamento?

– Bastante bem. Esta noite arranjei três novos homens.

– Como sabe quem recrutar?

– Examino-os. Interrogo-os para saber onde lutaram e como são mentindo – Bronn sorriu. – E então dou-lhes uma chance de me matar, enquanto faço o mesmo com eles.

– Matou algum?

– Ninguém que pudéssemos ter usado.

– E se um deles matá-lo?

– Será esse que vai querer contratar.

Tyrion estava um pouco bêbado, e muito cansado.

– Diga-me, Bronn, se lhe dissesse para matar um bebê… digamos, uma menina, ainda no peito da mãe… Mataria? Sem questionar?

– Sem questionar? Não – o mercenário esfregou o polegar no indicador. – Perguntava o preço.

E para que eu precisaria do seu Allar Deem, Lorde Slynt?, pensou Tyrion. Tenho cem meus. Desejou rir; desejou chorar; mas, acima de tudo, desejou Shae.




Arya

A estrada era pouco mais do que dois sulcos no meio do mato.

A parte boa era que, com tão pouco tráfego, não haveria ninguém para apontar e dizer para onde tinham ido. A enchente humana que jorrara para o sul pela estrada do rei era ali apenas um riacho.

A parte ruim era que a estrada ziguezagueava de um lado para outro, emaranhando-se em trilhas ainda menores e, às vezes, parecendo desaparecer por completo, para reaparecer apenas meia légua adiante, quando já tinham quase perdido a esperança. Arya detestava aquilo. O terreno era bastante suave, colinas onduladas e campos em terraços intercalados com prados, bosques e pequenos vales, onde salgueiros se aglomeravam junto a riachos rasos e vagarosos. Mesmo assim, o caminho era tão estreito e tortuoso, que o ritmo do grupo tinha diminuído até quase parar.

Eram as carroças que os atrasavam, arrastando-se penosamente, com os eixos estalando sob o peso das suas cargas pesadas. Uma dúzia de vezes ao dia tinham de parar para soltar uma roda que se prendera num sulco, ou duplicar as parelhas para subir uma encosta barrenta. Uma vez, no meio de um denso bosque de carvalhos, deram de frente com três homens que traziam uma carga de lenha num carro de bois, sem que houvesse espaço para que nenhum dos grupos se desviasse. Não puderam fazer nada, a não ser esperar que os lenhadores soltassem os bois, os levassem por entre as árvores, virassem o carro de lado, voltassem a prender os bois e seguissem o caminho por onde tinham vindo. Os bois ainda eram mais lentos do que as carroças, e nesse dia quase não avançaram nada.

Arya não conseguia evitar olhar por sobre o ombro, imaginando quando os homens de manto dourado os apanhariam. Durante a noite, acordava com qualquer ruído e agarrava o cabo da Agulha. Agora, nunca acampavam sem colocar sentinelas, mas Arya não confiava nelas, principalmente nos órfãos. Eles podiam ter se dado bastante bem nas vielas de Porto Real, mas aqui estavam perdidos. Quando era silenciosa como uma sombra, podia passar por todos eles, esgueirando-se à luz das estrelas para urinar nos bosques, onde ninguém a visse. Uma vez, quando era turno de Lommy Mãos-Verdes, subiu num carvalho e passou de árvore em árvore até estar bem em cima da sua cabeça, e ele não chegou a ver nada. Podia ter caído em cima dele, mas sabia que o grito do rapaz acordaria todo o acampamento, e Yoren podia voltar a bater nela com um pau.

Lommy e os outros órfãos agora tratavam Touro como alguém especial, porque a rainha queria a sua cabeça, embora ele detestasse isso.

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