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trabalho que estavam a desenvolver, talvez o mais importante em que alguma vez se tinham envolvido na sua vida profissional, requeria minúcia, grande concentração e muito empenho, e mostravam-se determinados a levá-lo até ao fim.

Um ruído metálico.

Hervé e Éric endireitaram as costas e altearam a cabeça, subitamente em alerta. Que barulho era aquele? Ouviram um som indefinido e compreenderam que vinha do corredor. Primeiro com espanto, depois com horror, perceberam que alguém tentava nesse momento inserir uma chave ou um outro objecto metálico, talvez um arame, na fechadura da porta do apartamento.

"Que é isto?"

Puseram-se de pé num salto, atarantados, e hesitaram. Era evidente que alguém tentava entrar no apartamento, mas quem?

Pensaram em várias possibilidades mas depressa as puseram de lado.

Ninguém sabia que eles se haviam escondido ali para levar a cabo o trabalho. Consequentemente, quem estava nesse instante a tentar abrir a porta, fosse lá quem fosse, não vinha com boas intenções. Que fazer?

Deveriam enfrentar os intrusos?

Mas enfrentá-los como? Eles não eram guerreiros nem sabiam lutar, a resistência física parecia-lhes coisa de homens primitivos. Não seria melhor fugir? Deram alguns passos numa direcção e depois noutra, como galinhas tontas, sem saberem como reagir.

O barulho de um metal a rodar no interior da fechadura tornou-

-se mais forte. Tomando por fim consciência de que não tinham meios nem capacidade para resistir, Hervé desviou a atenção para a cozinha, ao fundo da qual havia uma porta que dava para as escadas de 12

emergência. Agarrou Éric pelo braço e puxou-o com força.

"Vamos!", exclamou. "Depressa!"

Correram para a cozinha e abriram a porta do fundo. No momento em que Hervé pôs o pé no degrau da escada metálica escutaram um clique proveniente do corredor e perceberam que a fechadura estava prestes a ceder.

"Despacha-te!", gritou Éric, a voz impregnada de pânico. "Eles vêem aí!"

Hervé sentiu-se de tal modo tomado pelo medo que quase teve vontade de se atirar lá para baixo. Mas estavam no segundo andar e dominou o impulso suicida. Saltou dois degraus, depois três e mais três, as escadas metálicas a tremerem e a rangerem e a balouçarem, mas deteve-se a meio do primeiro lanço quando viu o caminho cortado por dois homens que o encaravam lá de baixo com uma expressão ameaçadora.

"Para trás!", disse. "Para trás!"

"Estás doido?", espantou-se Éric dois degraus acima, sem compreender o comportamento do amigo. "Continua! Continua!"

Mas o parisiense já recuava e, fazendo um gesto para o fundo das escadas, apontou para os homens que entretanto haviam começado a trepar os degraus em sua perseguição.

"Eles estão ali!"

Éric olhou naquela direcção e vislumbrou os vultos a aproximarem-se. Percebeu nesse instante o problema, pelo que estacou e recuou também. Os dois subiram a escada com a convicção de que a sua única esperança era a fechadura da porta do apartamento resistir ainda aos intrusos, o que lhes daria a possibilidade de se armarem com as facas de cozinha e, se ainda tivessem tempo, telefonarem a pedir ajuda.

Voltaram à cozinha e viram-se rodeados por três vultos, como lobos a talharem-lhes o caminho. A fechadura cedera e os três 13

desconhecidos cercaram-nos, dois à frente e um atrás, os semblantes carregados, as posturas ameaçadoras.

"Quem são os senhores?", perguntou Hervé, tentando imprimir autoridade à voz. "Que fazem aqui?"

Dois dos desconhecidos deram um passo em frente e as presas sentiram os seus braços poderosos envolverem-lhes o tronco e prenderem-lhes os braços, impossibilitando-lhes os movimentos.

Tentaram libertar-se do aperto, mas os braços dos agressores eram demasiado fortes e o mais que conseguiram foi espernear. Não adiantava.

Mudando de táctica, o parisiense acalmou-se e encarou o desconhecido que ficara a observá-los, evidentemente o chefe da quadrilha. Pensou em negociar, mas apercebeu-se de que se tratava do homem dos calções e pólo azul do Yacht Club do Mónaco, o "turista"

que avistara umas horas antes na Promenade des Anglais e que sorriu de forma estranha no momento em que se tornou evidente que os dois ocupantes do apartamento não tinham escapatória.

"Xeque-mate."

As cordas que amarravam Hervé à cadeira haviam sido estreitadas com tal força que ele já sentia as mãos dormentes. Olhou para Éric e percebeu que o seu companheiro mais velho não se encontrava melhor; na verdade apresentava até a face mais pálida do que era normal, sinal de que as cordas que o atavam estavam tão apertadas que o sangue tinha até dificuldade em subir à cabeça.

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