Читаем Gai-jin полностью

— Espere! — Com grande cuidado para não fazer um movimento brusco que Pudesse ser notado, Ori ergueu a mão em uma luva preta, mais para aliviar a Pressão no braço do que para limpar o suor. — Katsumata nos ensinou a paciência, e esta noite Hiraga aconselhou a mesma coisa.

Antes, ao chegarem à estalagem das Flores da Meia-Noite, eles descobriram, na maior alegria, que Hiraga, seu amigo e o líder muito admirado de todos os shishi Choshu, também se encontrava ali. A notícia do ataque já fora recebida.

— O ataque foi no momento mais oportuno, embora vocês não pudessem saber disso — comentou Hiraga, um homem bonito, de vinte e dois anos, alto para um japonês. — Será como uma vara cravada no ninho de marimbondos de Iocoama. — Agora, os gai-jin ficarão furiosos e investirão contra o Bakufu, que não vai e não pode fazer qualquer coisa para apaziguá-los. Se ao menos os gai-jin retaliassem contra Iedo! Se fizessem isso, destruindo a cidade, seria o sinal para que capturássemos os portões do palácio. Depois que o imperador estiver livre todos os daimios vão se rebelar contra o xogunato, e destruí-lo, junto com todos os Toranagas. Sonno-joi!

Brindaram Sonno-joi, e também a Katsumata, que os salvara, ensinara a quase todos e servira a Sonno-joi em segredo, com profunda sabedoria. Ori relatou a Hiraga o plano para roubarem armas.

— É uma boa idéia, Ori, e possível — respondeu Hiraga, pensativo. — Mas terão de ser pacientes e escolher o momento perfeito. Essas armas podem ser valiosas em algumas operações. Pessoalmente, as armas de fogo me repugnam... o garrote, espada ou faca me agradam muito mais, pois são mais seguros, silenciosos, muito mais assustadores, quem quer que seja o alvo, daimio ou bárbaro. Eu os ajudarei. Posso fornecer uma planta do terreno e roupas de ninja.

Ori e Shorin se animaram.

— Pode conseguir isso para nós?

— Claro.

Os ninjas constituíam uma associação secreta de assassinos treinados, que operavam quase que exclusivamente à noite, as roupas pretas especiais ajudando a alimentar o mito de sua invisibilidade.

— Houve um momento em que planejamos incendiar o prédio da legação. — Hiraga riu, esvaziou outro frasco de Saquê, o vinho quente, deixando sua língua mais solta do que o normal.— Mas decidimos em contrário, chegando à conclusão de que era mais valioso mantê-lo sob observação. Entrei lá várias vezes, disfarçado de jardineiro, ou à noite, como um ninja... é surpreendente o que se pode descobrir, mesmo sabendo só um pouco de inglês.

— Puxa, Hiraga-san, nunca imaginamos que sabia falar inglês — disse Ori, espantado com a revelação. — Onde aprendeu?

— Onde mais se pode aprender as qualidades dos gai-jin, se não com os próprios gai-jin? Ele era um holandês de Deshima, um lingüista que falava japonês, holandês e inglês. Meu avô escreveu uma petição ao nosso daimio, sugerindo que se devia permitir que um homem assim fosse a Shimonoseki, a fim de ensinar holandês e inglês por um ano, em caráter experimental, e o comércio viria depois. Obrigado — disse Hiraga, quando Ori tornou a encher seu frasco, polidamente. — Todos os gai-jin são muito crédulos... mas idolatram o dinheiro. Este é o sexto ano da “experiência”, e até agora só temos comércio para o que queremos, e quando podemos comprar... armas de fogo, canhões, munição, balas, e determinados livros.

— Como vai seu venerável pai?

— Com excelente saúde. Obrigado por perguntar.

Hiraga fez uma reverência em agradecimento. Eles responderam com reverências ainda mais baixas.

Como era maravilhoso ter um avô assim, pensou Ori, contar com essa proteção por todas as suas gerações... não como nós, que temos de lutar para sobreviver a cada dia, sempre estamos com fome, e temos a maior dificuldade para pagar nossos impostos. O que o pai e o avô pensarão de mim agora, ronin, confiscado o meu koku tão necessário?

— Eu me sentiria honrado em conhecê-lo — disse Ori. — Nosso shoya não é como ele.

Por muitos anos, o avô de Hiraga, um importante camponês e fazendeiro, além de partidário secreto de Sonno-joi, fora um shoya. Um shoya era o líder designado ou hereditário de uma aldeia ou grupo de aldeias, com grande influência, poder de magistrado, responsável pelas avaliações e coletas de impostos, e ao mesmo tempo o único defensor e protetor de camponeses e fazendeiros contra quaisquer práticas injustas do suserano samurai em cujo feudo a aldeia se encontrava.

Os fazendeiros e alguns camponeses possuíam e trabalhavam a terra, mas por lei não podiam deixá-la. Os samurais detinham a produção e o direito exclusivo de carregar armas, mas por lei não podiam ser proprietários de terra. Assim, cada parte dependia da outra, numa inevitável e interminável espiral de suspeita e desconfiança... o equilíbrio de quanto arroz ou outros produtos deveria ser entregue como imposto, ano a ano, e o quanto podia ser conservado exigia sempre um acordo dos mais delicados.

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