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O shoya precisava manter o equilíbrio. O conselho dos melhores era às vezes procurado em questões fora de sua aldeia, pelo suserano imediato ou acima, até mesmo pelo próprio daimio. O avô de Hiraga era um homem assim.

Alguns anos antes, ele recebera permissão para comprar a posição de samurai goshi, para si mesmo e seus descendentes, um dos oferecimentos do daimio — um recurso costumeiro de todos os daimios, normalmente cheios de dívidas, para levantar uma receita extra, de suplicantes aceitáveis. O daimio de Choshu não era exceção.

Hiraga soltou uma risada, o vinho já lhe subira à cabeça.

— Fui escolhido para essa escola de holandês, e muitas vezes lamentei a honra, pois o inglês é difícil, tem um som horrível.

— Eram muitos na escola? — perguntou Ori.

Através do nevoeiro do Saquê, uma campainha de alarme soou, e Hiraga compreendeu que fornecia muitas informações confidenciais. Quantos estudantes de Choshu cursaram a escola era um segredo, da conta apenas de Choshu; embora gostasse e admirasse Shorin e Ori, eles ainda eram satsumas, forasteiros, que nem sempre haviam sido aliados, muitas vezes inimigos, e invariavelmente inimigos em potencial.

Só três de nós aprendem inglês — murmurou ele, como se estivesse revelando um segredo, em vez de trinta, o número verdadeiro. Interiormente alerta, ele acrescentou: — Agora que vocês são ronin, como eu e a maioria dos meus camaradas, devemos trabalhar mais unidos. Estou planejando uma ação daqui a três dias, na qual vocês podem nos ajudar.

— Obrigado, mas devemos esperar pela palavra de Katsumata.

— Claro, ele é o seu líder satsuma. — Uma pausa, e Hiraga acrescentou pensativo: — Mas, por outro lado, Ori, não esqueça que você é ronin, e será ronin até vencermos. Não esqueça que somos a vanguarda de Sonno-joi, os homens que fazem, enquanto Katsumata não arrisca nada. Devemos esquecer... para valer., que eu sou choshu, e vocês dois são satsumas. Temos de ajudar uns aos outros. É uma boa idéia dar seqüência ao ataque que desfecharam na Tokaidô e roubar armas esta noite. Matem um ou dois guardas dentro da legação, se puderem, o que seria uma grande provocação. E se puderem fazer tudo em silêncio, sem deixarem vestígios, ainda melhor. Qualquer coisa para provocá-los.

Com as informações de Hiraga, fora fácil penetrar no templo, contar os dragões e outros soldados e encontrar o esconderijo perfeito. Depois, a moça aparecera, inesperadamente, em seguida o gigante, os dois logo tornaram a entrar no prédio. Desde então, ambos os shishi não conseguiam desviar os olhos da porta que dava para o jardim.

— Ori, o que vamos fazer agora?— perguntou Shorin, nervoso.

— Vamos nos ater ao plano.

Os minutos foram passando, aumentando a ansiedade dos dois. Quando a janela do segundo andar foi aberta, e viram a moça, eles compreenderam que um novo elemento surgira no futuro de ambos. Ela escovava os cabelos com uma escova de cabo de prata. Apática. Shorin disse, a voz meio rouca:

— Ela não parece tão feia ao luar. Mas aqueles seios empurrariam a gente.

Ori não respondeu, fascinado.

E, de repente, a moça hesitou, olhou para baixo. Diretamente para eles. Embora não houvesse a menor possibilidade de que ela pudesse vê-los ou ouvi-los, seus corações dispararam. Esperaram, quase sem respirar. Outro bocejo exausto. Ela continuou a escovar os cabelos por mais um momento, depois largou a escova, parecendo tão próxima que Ori teve a impressão de que quase poderia tocá-la se estendesse a mão. À claridade, dava para ver os detalhes do quarto, o bordado na seda, os mamilos duros por baixo e a expressão atormentada que ele vislumbrara no dia anterior — teria sido mesmo apenas ontem? — e que detivera o golpe que a teria liquidado.

Um último e estranho olhar para a lua, outro bocejo abafado, e ela fechou a janela. Mas não por completo. Nem trancou. Shorin rompeu o silêncio, sussurrando o que ambos pensavam:

— Seria fácil subir até lá.

— Tem razão. Mas viemos aqui pelas armas e para criar confusão. Nós...

Ori parou de falar, a mente invadida pelo brilho súbito de uma nova e maravilhosa diversão estratégica, uma segunda oportunidade, maior do que a primeira.

— Shorin, se você a silenciasse, depois a possuísse, sem matá-la, apenas deixando-a inconsciente, para contar depois o que acontecera, largando no quarto algum sinal que nos ligasse ao ataque na Tokaidô, e depois matássemos juntos um ou dois soldados e desaparecêssemos com ou sem suas armas... tudo isso dentro da legação... eles não ficariam loucos de raiva?

A respiração sibilou pelos lábios de Shorin à beleza da idéia.

— Claro que sim, mas seria melhor cortar a garganta da mulher e escrever “Tokaidô” com seu sangue. Vá você. Ficarei de guarda aqui. É mais seguro. — Como Ori hesitasse, ele acrescentou:— Katsumata disse que errávamos ao hesitar. Na última vez você hesitou. Por que hesitar?

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