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Poucas horas antes, os quatro haviam saído pelo portão principal, passando pela alfândega, saudando casualmente os guardas samurais, que fizeram uma reverência superficial, trotando sem pressa para o interior, pelos caminhos sinuosos que levavam à Tokaidô. Todos eram hábeis cavaleiros e montavam pôneis ligeiros.

Em homenagem a Angelique, usavam seus melhores trajes de montaria e cartolas, e eram a inveja de todos os homens na colônia: cento e dezessete residentes europeus, diplomatas, mercadores, açougueiros, lojistas, ferreiros, carpinteiros navais, armeiros, aventureiros, jogadores, muitos em situação precária, vivendo do dinheiro que lhes era enviado de sua pátria, a maioria de britânicos, os escreventes eurasianos ou chineses, uns poucos americanos, franceses, holandeses, alemães, russos, australianos e um suíço. Havia apenas três mulheres, todas matronas, duas britânicas, esposas de mercadores, a outra uma prostituta na cidade dos bêbados, como era chamado o distrito da classe inferior. Nenhuma criança. E cinqüenta a sessenta criados chineses.

John Canterbury, um mercador britânico, de boa aparência, rosto marcante, assumiu o posto de guia. O objetivo da excursão era mostrar a Philip Tyrer o caminho por terra para Kanagawa, onde se realizavam as reuniões periódicas com as autoridades japonesas, dentro dos limites acertados da colônia. Tyrer, que tinha apenas vinte e um anos, chegara de Londres no dia anterior, via Pequim e Xangai, designado para intérprete da legação britânica.

Naquela manhã, ao ouvi-los conversando no clube, Malcolm Struan dissera:

— Posso ir também, Sr. Canterbury, Sr. Tyrer? É um dia perfeito para passear. E eu gostaria de convidar a Srta. Richaud para nos acompanhar... ela ainda não conhece quase nada por aqui.

— Ficaríamos honrados, Sr. Struan — respondera Canterbury, abençoando sua sorte. — Os dois serão bem-vindos. O passeio será ótimo, embora não haja muita coisa a se ver... para uma dama.

— Como assim? — indagara Tyrer.

— Kanagawa é uma aldeia de muda e uma escala para viajantes que vão e voltam de Iedo há séculos, pelo que nos disseram. Conta com diversas casas de chá, como a maioria dos bordéis é chamada por aqui. Alguns merecem uma visita, embora nem sempre sejamos bem recebidos, como em nosso Yoshiwara, no outro lado do pântano.

— Prostíbulos? — murmurara Tyrer.

Os outros dois haviam rido de sua expressão.

— Isso mesmo, Sr. Tyrer — confirmara Canterbury. — Mas não são como as pensões e bordéis de Londres, ou de qualquer outro lugar do mundo. São especiais. Vai descobrir muito em breve, embora o costume por aqui seja ter a sua própria amásia, se dispuser de condições para isso.

— Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas! — protestara Tyrer.

Canterbury soltara outra risada.

— Talvez acabe fazendo. Graças a Deus, a taxa de câmbio nos favorece. Aquele velho ianque, Townsend Harris, era muito esperto.

Ele se mostrara radiante ao pensamento. Harris fora o primeiro cônsul-geral americano, designado dois anos depois que o Comodoro Perry forçara a abertura do Japão ao mundo exterior, primeiro em 1853, depois em 1856, com seus quatro navios negros — os primeiros vapores vistos em águas japonesas. Quatro anos antes, depois de longas negociações, Harris conseguira celebrar vários tratados, mais tarde ratificados pelas grandes potências, que concediam acesso a determinados portos. Os tratados também fixaram uma taxa de câmbio bastante favorável entre o mex de prata — o dólar de prata mexicano, a moeda universal de câmbio e comércio na Ásia — e o oban de ouro japonês; se você trocava mex por oban, e mais tarde tornava a trocar por mex, podia dobrar ou triplicar seu dinheiro.

— Almoçamos cedo e partimos logo em seguida — propusera Canterbury. — Voltaremos a tempo para o jantar, Sr. Struan.

— Excelente! Vocês dois não gostariam de nos acompanhar na sala de jantar da companhia? Vou oferecer uma pequena festa a mademoiselle Richaud.

— Agradeço a sua gentileza. O Tai-pan já está melhor?

— Está, sim, muito melhor. Meu pai já se recuperou por completo.

Não foi a informação que recebemos ontem pela correspondência, pensara John Canterbury, preocupado, pois tudo o que afetava a Casa Nobre — o apelido pelo qual Struan and Company era conhecida no mundo inteiro — afetava a todos eles. Os rumores eram de que O Velho sofrera outro derrame. E estava mal. Mas não importa, pois não é com freqüência que um homem como eu tem a oportunidade de conversar com um futuro Tai-pan ou com um anjo como Angelique Richaud. Este será um grande dia!

E depois que partiram, ele se tornou ainda mais afável.

— Ahn... Sr. Struan... pretende ficar aqui por muito tempo?

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