Читаем Gai-jin полностью

— Quase todos os shishi são jovens idealistas, sem inteligência nem propósito. Uns poucos são agitadores e proscritos, desnecessários neste mundo. Alguns, no entanto, poderiam ser valiosos, se usados de forma correta... um espião me contou que o mais velho dos dois, Shorin, integrava o grupo que assassinou o chefe dos ministros Li.

So ka!

Isso ocorrera quatro anos antes. Contra todos os conselhos, Li, que era responsável pela preparação do jovem Nobusada para ser o xógum, também sugerira um casamento bastante inadequado entre ele e a meia-irmã de doze anos do imperador, e o pior de tudo, negociara e assinara os odiados tratados com os gai-jin. Sua morte não fora lamentada, muito menos por Sanjiro.

— Mande trazê-los.

Agora, na sala de audiência, uma criada servia chá a Sanjiro. Katsumata sentava ao seu lado. Ao redor, havia dez guardas pessoais, todos de pé. E armados. Os dois jovens ajoelhados diante de Sanjiro não se encontravam armados, embora suas espadas estivessem no tatame, ao alcance fácil da mão. Estavam bastante nervosos, mas não deixavam transparecer. A criada fez uma reverência e se retirou, ocultando seu medo.

Sanjiro não notou sua saída. Pegou na bandeja a delicada xícara de porcelana, tomou um gole do chá. Achou bom o gosto do chá. Sentia-se contente por ser o governante, em vez do governado, e fingiu estudar a xícara, admirando-a, mas sua verdadeira atenção estava centrada nos jovens. Eles aguardavam, impassíveis, sabendo que o momento chegara.

Sanjiro nada sabia sobre eles, exceto o que Katsumata lhe contara: que ambos eram goshi, guerreiros a pé, como seus pais haviam sido antes. Cada um recebia como estipêndio um koku por ano — uma medida de arroz seco, cerca de cinco alqueires, considerada o suficiente para alimentar uma família durante um ano. Ambos vinham de aldeias perto de Kagoshima. Um tinha dezenove anos, o outro, o que fora ferido e agora tinha o braço enfaixado, estava com dezessete. Ambos haviam cursado a seleta escola de samurais em Kagoshima, fundada por Sanjiro há vinte anos, para os que exibiam aptidões especiais. A escola oferecia um aprendizado extra, que incluía o estudo de manuais de holandês. Os dois haviam sido bons discípulos, eram solteiros, passavam o tempo de folga desenvolvendo a habilidade na esgrima e aprendendo outras coisas. Eram candidatos a uma promoção, em algum momento no futuro. O mais velho se chamava Shorin Anato, o outro era Ori Ryoma.

O silêncio se tornava cada vez mais opressivo.

Abruptamente, Sanjiro começou a falar com Katsumata, como se os dois jovens não existissem:

— Se algum dos meus homens, por mais valoroso que seja, mesmo que provocado, qualquer que fosse o motivo, cometesse um ato violento que eu não autorizara e permanecesse ao meu alcance, eu teria de lidar com ele com a maior severidade.

— É verdade, Sire.

Ele percebeu o brilho nos olhos do conselheiro.

— É uma estupidez ser desobediente. Se homens assim quisessem continuar vivos, o único recurso seria fugirem e se tornarem ronin, mesmo que isso implicasse a perda de seus estipêndios. Um desperdício de suas vidas, se fossem valorosos.

Sanjiro olhou para os jovens, avaliando-os com todo cuidado. Para sua surpresa, nada viu em seus rostos, apenas a mesma impassibilidade solene. Sua cautela aumentou.

— Tem toda razão, Sire... como sempre — declarou Katsumata. — Mas é possível que alguns homens assim, se forem homens de honra especiais, sabendo que perturbaram sua harmonia, sabendo que não teria alternativa que não puni-los com rigor, é possível que esses homens especiais, mesmo se tornando ronin, ainda zelassem por seus interesses, talvez mesmo os promovessem.

— Tais homens não existem — disse Sanjiro, secretamente satisfeito por seu conselheiro concordar com ele. Virou os olhos impiedosos para os dois jovens e acrescentou: — Existem?

Os dois jovens tentaram manter um olhar direto, mas se sentiram sufocados e baixaram a cabeça. Shorin, o mais velho, murmurou:

— Há homens assim, Sire.

O silêncio se tornou ainda mais opressivo, enquanto Sanjiro esperava que o outro jovem também se declarasse. Depois, o mais jovem, Ori, acenou com a cabeça abaixada, de forma quase imperceptível, encostou as mãos no tatame e se inclinou ainda mais.

— Eu concordo, Sire.

Sanjiro ficou satisfeito, pois agora, sem qualquer custo, contava com a fidelidade deles, e tinha dois espiões dentro do movimento... pelos quais Katsumata seria o responsável.

— Tais homens seriam úteis, se existissem. — Sua voz era brusca e decidida. — Katsumata, escreva imediatamente uma carta ao Bakufu, informando que dois goshi chamados...

Ele fez uma pausa, pensativo, sem prestar qualquer atenção aos sussurros na sala.

Перейти на страницу:

Все книги серии Asian Saga (pt)

Похожие книги

1917, или Дни отчаяния
1917, или Дни отчаяния

Эта книга о том, что произошло 100 лет назад, в 1917 году.Она о Ленине, Троцком, Свердлове, Савинкове, Гучкове и Керенском.Она о том, как за немецкие деньги был сделан Октябрьский переворот.Она о Михаиле Терещенко – украинском сахарном магнате и министре иностранных дел Временного правительства, который хотел перевороту помешать.Она о Ротшильде, Парвусе, Палеологе, Гиппиус и Горьком.Она о событиях, которые сегодня благополучно забыли или не хотят вспоминать.Она о том, как можно за неполные 8 месяцев потерять страну.Она о том, что Фортуна изменчива, а в политике нет правил.Она об эпохе и людях, которые сделали эту эпоху.Она о любви, преданности и предательстве, как и все книги в мире.И еще она о том, что история учит только одному… что она никого и ничему не учит.

Ян Валетов , Ян Михайлович Валетов

Приключения / Исторические приключения