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— É verdade, mas não me sentirei seguro enquanto não chegarmos à estalagem. — Shorin começou a massagear o pescoço, tentando aliviar a dor ali e na cabeça. O golpe de Katsumata o deixara atordoado. — Quando nos apresentamos ao senhor Sanjiro, pensei que estávamos perdidos. Achei que ele ia nos condenar.

— Eu também. — Enquanto falava, Ori sentiu-se mal, o braço latejando, o peito arfando, o rosto ardendo. Com a mão boa, afugentou um enxame de insetos noturnos. — Se ele... Eu estava disposto a pegar minha espada e despachá-lo na nossa frente.

— Eu também, mas o sensei nos vigiava com toda atenção, e teria nos matado antes que fizéssemos qualquer movimento.

— Tem razão mais uma vez. — O homem mais moço estremeceu. — O golpe dele quase me arrancou a cabeça. É incrível que tenha tanta força. Fico contente que esteja do nosso lado, e não contra nós. Foi ele quem nos salvou, só ele, submetendo o senhor Sanjiro à sua vontade.

Ori fez uma pausa, subitamente sombrio, e depois acrescentou:

— Shorin, enquanto esperava, eu... para me manter forte, compus meu poema da morte.

Shorin também se tornou solene.

— Posso ouvi-lo?

— Pode.

Sonno-joi ao pôr-do-sol,

Nada desperdiçado.

Para o nada

Eu salto.

Shorin pensou no poema, saboreando-o, o equilíbrio das palavras, o terceiro nível de significado, antes de dizer, ainda solene:

— É sábio para um samurai ter composto um poema da morte. Ainda não consegui isso, embora devesse, e depois todo o resto da vida é extra.

Ele girou a cabeça de um lado para outro, até o limite, as juntas ou ligamentos estalando, e depois se sentiu melhor.

— Sabe, Ori, o sensei tinha razão, nós hesitamos, e por isso perdemos.

— Eu hesitei, ele estava certo nesse ponto, poderia ter matado a moça com a maior facilidade, mas ela me paralisou por um momento. Nunca tinha visto... aquelas roupas exóticas, o rosto como uma flor estranha, com aquele nariz enorme, parecendo uma monstruosa orquídea, com duas imensas manchas azuis, e coroados com estames amarelos... aqueles olhos incríveis, olhos de gato siamês, um telhado de palha sob aquele chapéu ridículo, tão repulsiva... e ao mesmo tempo tão atraente. — Ori soltou uma risada nervosa. — Fiquei encantado. Ela é com certeza uma kami das regiões sinistras.

— Tire as roupas, e ela se tornará bastante real, mas se continuará atraente... eu não sei.

— Também pensei nisso, especulando como seria. — Ori levantou os olhos para a lua por um momento. — Se deitasse com ela, acho que me tornaria a aranha macho para a sua fêmea.

— Está querendo dizer que ela o mataria depois?

— Isso mesmo. Se deitasse com ela, à força ou não, aquela mulher me mataria. — Ori sacudiu a mão outra vez, os insetos cada vez mais incômodos. — Nunca tinha visto uma mulher assim... nem você. Também notou, neh?

— Não, não notei. Tudo aconteceu muito depressa, eu tentava matar aquele gai-jin enorme, com a pistola, e depois ela já tinha fugido.

Ori olhou para as luzes fracas de Iocoama.

— Gostaria de saber como ela se chama, o que fez ao voltar para lá. Nunca tinha visto nada igual... ela era tão feia, e, no entanto...

Shorin sentia-se inquieto. Normalmente, Ori mal notaria qualquer mulher, Pois apenas as usava, quando sentia necessidade, deixava que o distraíssem, que 0 servissem. Além de sua adorada irmã, ele não se lembrava de Ori jamais ter falado sobre alguma mulher antes.

— Karma.

— Isso mesmo, karma. — Ori ajeitou a atadura de uma forma mais confortável. O braço latejava cada vez mais, o sangue escorria. — Mesmo assim, não sei Se Perdemos. Devemos esperar, ser pacientes, e ver o que vai acontecer. Sempre planejamos atacar os gai-jin na primeira oportunidade... e acertei ao atacá-los naquele momento.

Shorin levantou-se.

— Estou cansado de seriedade, de kami e morte. Conheceremos a morte muito em breve. O sensei deu-nos a vida para Sonno-joi. Do nada para o nada. mas hoje temos outra noite para desfrutar. Um banho, saquê, comida, depois uma autêntica dama da noite, suculenta, de cheiro agradável, úmida... — Ele riu baixinho. — Uma flor, não uma orquídea, com um lindo nariz, olhos apropriados. Vamos...

Ele parou de falar de repente. Do leste, da direção de Iocoama, veio o estrondo do disparo do canhão de um navio. No instante seguinte, um foguete de sinalização iluminou o céu por um momento.

— Isso é comum?

— Não sei. — À frente, podiam divisar as lanternas na primeira barreira. — Vamos pelos arrozais, pois assim poderemos contornar os guardas.

— Tem razão. Vamos atravessar a estrada aqui, e seguir mais perto da praia. Não esperam intrusos daquele lado, poderemos evitar as patrulhas, e a estalagem ficará mais próxima.

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