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Acaricia, e sente-se acariciada. Poderia ficar assim a noite inteira, porque é gostoso, não vai terminar necessaria mente em sexo - e neste momento, justamente porque não tem obrigação, ela sente um calor entre as pernas, e sabe que ficou úmida. Vai chegar a hora em que ele tocará o seu sexo, descobrirá que está molhado, não sabe se é bom ou ruim, mas é assim que seu corpo está reagindo, e não pretende dizer para ir por aqui, ir por ali, mais devagar, mais rápido. As mãos do homem agora estão tocando as suas axilas, os pêlos de seus braços se eriçam, ela tem vontade de empurrá- las dali - mas é bom, embora talvez seja dor o que esteja sentindo. Faz o mesmo nele, nota que as axilas têm uma textura diferente, talvez por causa do desodorante que ambos usam, mas no que está pensando? Não deve pensar. Deve tocar, isso é tudo.


Os dedos dele traçam círculos em torno do seu seio, como um animal que espreita. Ela quer que se movam mais rápido, que toque logo os bicos, porque o seu pensamento está indo mais veloz que as mãos dele, mas, talvez sabendo disso, ele provoca, delicia-se, e tarda uma infinidade até chegar ali. Estão duros, ele brinca um pouco, e aquilo deixa o seu corpo mais arrepiado, e seu sexo mais quente e mais úmido. Agora ele passeia por seu ventre, desvia-se e vai até as pernas, os pés, sobe e desce as mãos pelo lado interno de suas coxas, sente o calor, mas não se aproxima, é um toque doce, leve, e quanto mais leve, mais alucinante.


Ela faz o mesmo, mantendo as mãos quase flutuando, tocando apenas os cabelos das pernas, e também sente o calor, quando se aproxima do sexo. De repente é como se tivesse recuperado misteriosamente a virgindade, como se descobrisse pela primeira vez o corpo de um homem. Toca-o. Não está duro como imaginava, e ela está toda molhada, isso é injusto, mas talvez o homem precise de mais tempo, sei lá. E começa a acariciá- lo como só as virgens sabem fazer, porque as prostitutas já se esqueceram. O homem reage, o sexo começa a crescer em suas mãos, e ela aumenta lentamente a pressão, sabendo agora onde deve tocar, mais na parte de baixo que na de

cima, deve envolvê- lo com os dedos, puxar a pele para trás, em direção ao corpo. Agora ele


está excitado, muito excitado, toca os lábios de sua vagina, mantendo a suavidade, e ela tem vontade de pedir que seja mais forte,, coloque os dedos lá dentro, na parte de cima. Mas ele não faz isso, espalha no clitóris um pouco do líquido que jorra de seu ventre, e de novo faz os mesmos movimentos circulares que fez nos seus mamilos. Aquele homem a toca como se fosse ela mesma.


Uma das mãos dele subiu de novo para o seu seio, como é bom, como gostaria que ele a abraçasse agora. Mas não, estão descobrindo o corpo, têm tempo, precisam de muito tempo. Podiam fazer amor agora, seria a coisa mais natural do mundo, e possivelmente seria bom, mas tudo aquilo é tão novo, precisa controlar-se, não quer estragar tudo. Lembra-se do vinho que tomaram na primeira noite, lentamente, sorvendo cada gole, sentindo que a esquentava, a fazia ver o mundo diferente, a deixava mais solta e mais em contato com a vida.


Deseja também beber aquele homem, e então poderá esquecer para sempre o mau vinho, que se toma de um gole, dá uma sensação de embriaguez, mas termina em dor de cabeça e um buraco na alma.


Ela pára, suavemente entrelaça seus dedos nas mãos dele, escuta um gemido e tem vontade de gemer também, mas se controla, sente que aquele calor se espalha por todo o seu corpo, o mesmo deve estar acontecendo com ele. Sem orgasmo a energia se dispersa, vai até o cérebro, não a deixa pensar em mais nada a não ser em ir até o final, mas é isso que ela quer - parar, parar no meio, espalhar o prazer por todo o corpo, invadir a mente, renovar o compromisso e o desejo, voltar a ser virgem. Tira suavemente a venda dos seus próprios olhos, e faz o mesmo com ele. Acende a luz da mesa-de-cabeceira. Os dois estão nus, e não sorriem, apenas se olham. Eu sou o amor, eu sou a música, pensa ela. Vamos dançar. Mas não diz nada disso: conversam alguma coisa trivial, quando vamos nos encontrar de novo, ela marca uma data, talvez daqui a dois dias. Ele diz que gostaria que o acompanhasse em uma exposição, ela vacila. Isso significaria conhecer seu mundo, seus amigos, e o que vão dizer, o que vão pensar. Diz que não. Mas ele percebe que sua vontade era dizer sim, então insiste, usando alguns argumentos tolos, mas que fazem parte da dança que estão dançando agora, ela termina por ceder, porque era isso que queria. Marca um lugar para se encontrarem, no mesmo café a que foram no primeiro dia. Ela diz que não, os brasileiros são supersticiosos, e não devem se encontrar no lugar onde se viram no primeiro dia, porque aquilo pode fechar um ciclo, e acabar tudo.


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