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A maior parte da atenção de Marlowe se fixava no almirante, que conversava com o comandante, na ponte de comando. O sol varou as nuvens e, no mesmo instante, o dia pareceu melhor.



— Estar na marinha é tudo o que sempre desejei — acrescentou Marlowe.



— Sua família é naval?



Marlowe respondeu com o maior orgulho:



— É, sim, senhor.



Ele teve vontade de informar que o pai era comandante, em serviço na esquadra baseada na Inglaterra, assim como o avô, que fora o comandante do Soya Sovereign, a nave capitânia do almirante lorde Collingwood em Trafalgar, e todos os seus antepassados haviam pertencido à marinha, desde que começara a existir. Até antes disso, segundo a tradição, navegavam em corsários que partiam de Dorset, de onde vinha a família — Vivemos ali, na mesma casa, há mais de quatro séculos. Mas Marlowe não disse nada disso, pois o treinamento lhe incutira que seria dar a impressão de que se gabava. Limitou-se a acrescentar:



— Minha família vem de Dorset.





— E a minha é do norte da Inglaterra, Northumberland, por gerações — comentou Sir William, distraído, observando o promontório, cada vez mais próximo, e pensando no Bakufu. — Meu pai morreu quando eu ainda era jovem. Foi um membro do Parlamento, com interesses comerciais em Sunderland e Londres, envolvido no comércio báltico e com peles russas. Minha mãe era russa, por isso fui criado falando duas línguas. Foi o que me valeu galgar o primeiro degrau no Ministério do Exterior. Ela era...



Sir William controlou-se a tempo, aturdido por ter revelado tanta coisa, espontaneamente. Já ia dizer que a mãe nascera como condessa Sveva, uma prima dos Romanovs, que ainda vivia, e fora outrora dama de companhia da rainha Victoria. Preciso me concentrar... como se a minha família e meus antecedentes tivessem qualquer coisa a ver com o nosso problema aqui.



— E você, Tyrer?



— Sou de Londres, senhor. Meu pai é advogado, como meu avô. — Phillip Tyrer soltou uma risada. — Depois que me formei, na Universidade de Londres, e anunciei que queria ingressar no Ministério do Exterior, ele quase teve um ataque! E quando me candidatei a ser um intérprete no Japão, meu pai disse que eu tinha enlouquecido.



— Talvez ele estivesse certo. Você tem muita sorte por continuar vivo, e mal cornpletou uma semana aqui. Não concorda, Marlowe?



— Claro, senhor. É a pura verdade. — Marlowe julgou que o momento era apropriado. — Por falar nisso, Phillip, como está o Sr. Struan?



— Nem bem, nem mau, para repetir George Babcott.



— Espero que ele se recupere — murmurou Sir William, sentindo uma súbta pressão nas entranhas.



Quando fora a Kanagawa, três dias antes, Marlowe esperava por seu cúter e relatara o que sabia sobre Struan e Tyrer, a morte do soldado, o suicídio do assassino, a perseguição ao outro japonês.





— Corremos atrás do bandido, Sir William, Pallidar e eu, mas ele desapareceu como que por encanto. Revistamos todas as casas ao redor, mas não o encontramos. Tyrer acha que eles podem ser os dois atacantes da Tokaidô, senhor, os assassinos, mas não tem certeza. Afinal, todos esses japoneses são parecidos, não é mesmo?



— Mas se eram os dois, por que se arriscariam a entrar na legação?



— A melhor conclusão a que pudemos chegar, senhor, foi a de que talvez tenham entrado para impedir uma identificação e terminar o trabalho.



Haviam deixado o cais e seguiam apressados pelas ruas desertas, com uma aparência sinistra.



— E como está a moça, Sr. Marlowe?



— Parece bem, senhor, apenas abalada.



— Graças a Deus por isso. O ministro francês está tenso com o “vil insulto à honra da França e uma de suas cidadãs, que também se encontra sob a sua guarda”. Quanto mais cedo ela voltar a Iocoama, melhor... e por falar nisso, o almirante me pediu para lhe dizer que deve voltar a Iocoama imediatamente. Há muita coisa a fazer. Decidimos... ahn... fazer uma visita formal a Iedo, na nave capitânia, daqui a três dias...



Marlowe sentira seu excitamento explodir. Os combates no mar ou em terra eram a única maneira de obter promoções rápidas e alcançar logo o posto de almirante, que sonhava em conquistar a qualquer custo. Deixaria o pai orgulhoso, e lhe proporcionaria uma grande vantagem sobre Charles e Percy, os dois irmãos mais jovens, ainda tenentes.



E agora, no convés da nave capitânia, com o sol brilhando, sentindo as vibrações dos motores, seu excitamento tornou a aflorar.



— Estaremos ao largo de Iedo muito em breve, senhor. Sua entrada será espetacular, os assassinos serão entregues, receberá as indenizações e qualquer outra coisa que quiser.



Tanto Tyrer quanto Sir William perceberam o excitamento. Sir William. porém, manteve-se frio.



— Assim espero. Bom, vou descer por um momento. Não, obrigado, Sr. Marlowe, não precisa me acompanhar. Conheço o caminho.



Com intenso alívio, os dois jovens observaram-no se afastar. Marlowe tornou a verificar se o almirante continuava à sua vista, antes de indagar:



— O que aconteceu em Kanagawa depois que fui embora, Phillip?



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