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— Não, chéri — respondeu ela, satisfeita porque a mentira parecia mais sincera a cada vez, e exigia menos esforço. — Quer tomar um pouco da canja agora?



Exausto, ele acenou com a cabeça, sabendo que precisava se alimentar, mas sempre acabava vomitando qualquer coisa que ingerisse e rompia os pontos, internos e externos, e a dor que se seguia o deixava acovardado, por mais que tentasse se controlar.





Dew neh loh moh — murmurou ele, uma imprecação cantonesa, sua primeira língua.



Ela levantou a tigela, e Malcolm tomou um pouco da canja. Angelique limpou seu queixo, fê-lo beber mais um pouco. Metade de Malcolm queria ordenar que ela se mantivesse a distância, até que ele se recuperasse, mas a outra metade tinha pavor de que a moça se retirasse e nunca mais voltasse.



— Lamento tudo isso... e adoro sua presença aqui.



À guisa de resposta, ela apenas tocou em sua testa, gentilmente, querendo ir embora, precisando de ar fresco, não confiando em si mesma para falar. Quanto menos você falar, melhor, concluíra Angelique. Assim, evitará qualquer armadilha.



Observou-se a cuidar de Malcolm, a acomodá-lo, e durante todo o tempo deixava a mente vaguear para acontecimentos corriqueiros, voltar a Hong Kong ou Paris, a Paris acima de tudo. Nunca se permitiria remoer o sonho de vigília-sono daquela noite. Nunca durante o dia, seria perigoso demais. Só à noite, quando trancava a porta de seu quarto, e ficava sozinha, segura na cama, é que podia abrir comportas, e deixar os pensamentos viajarem para onde quisessem... Uma batida na porta.



— Pois não?



Babcott entrou. Angelique corou sob seu olhar. Por que sempre penso que ele é capaz de ler meus pensamentos?



— Só queria verificar como estão meus dois pacientes — comentou Babcott, jovial. — Como se sente agora, Sr. Struan?



— Quase a mesma coisa, obrigado.



Os olhos perspicazes do Dr. Babcott notaram que metade da canja desaparecera, mas ainda não havia vômito a limpar. Ótimo. Ele pegou o pulso de Struan. Uma pulsação irregular, nervosa, mas melhor do que antes. A testa ainda pegajosa de suor, ainda com febre, mas também mais baixa do que ontem. Ouso acalentar a esperança de que ele se recupere? Sua boca dizia como o paciente melhorara, que devia ser pelos cuidados da moça, nada tinha a ver com o médico, as coisas de sempre. Mas também não havia muito mais o que dizer, já que tanto dependia de Deus, se é que existia um Deus. Por que será que sempre acrescento isso? Se.



— Se continuar a melhorar assim, acho que devemos transferi-lo para Iocoama. Talvez amanhã.



— Não seria sensato — protestou Angelique no mesmo instante, assustada com a perspectiva de perder seu refúgio, a voz mais áspera do que desejava.



— Desculpe, mas é a melhor coisa — insistiu Babcott, gentil, querendo acalmá-la, admirando sua coragem e preocupação com Struan. — Eu não aconselharia, se fosse um risco, mas é na verdade o melhor. O Sr. Struan teria ali mais conforto, mais ajuda.





Mon Dieu, o que mais posso fazer? Ele não deve partir, ainda não, ainda não...



— Escute, querida — interveio Struan, tentando parecer forte. — Se ele acha que já posso viajar, seria muito bom. Liberaria você de seus cuidados, tornaria tudo mais fácil.



— Mas não quero ser liberada. Prefiro continuar aqui, cuidando de você, exatamente como agora, sem... sem qualquer confusão.



Angelique sentia seu coração batendo forte, e sabia que parecia histérica, mas não planejara qualquer mudança. Estúpida, você não passa de uma estúpida. Claro que teria de haver uma transferência. Pense! O que pode fazer para evitá-la?



Mas, ao final, não houve necessidade de evitar coisa alguma. Struan estava dizendo que ela não deveria se preocupar, seria melhor se voltassem à colônia, ela ficaria mais segura, ele se sentiria mais feliz, havia dezenas de criados e aposentos no edifício Struan, que se ela quisesse poderia ocupar os aposentos ao lado dos seus e poderia ficar ou partir, conforme desejasse, com um acesso constante de dia e de noite.



— Por favor, não se preocupe, quero que também se sinta satisfeita — assegurou Malcolm Struan. — Ficará mais confortável lá, prometo, e assim que eu melhorar...



Foi nesse instante que um espasmo o dominou e sacudiu.



Depois de limpar tudo e pôr Struan outra vez num sono drogado, Babcott comentou:



— Seria realmente melhor para ele em Iocoama. Eu contaria com mais ajuda mais materiais. É quase impossível manter tudo limpo aqui. Ele precisa... desculpe mas ele precisa de uma ajuda mais forte. Você faz mais do que imagina por ele mas há certas funções que seus criados chineses podem desempenhar muito melhor. Desculpe ser tão rude.



— Não precisa se desculpar, doutor. Tem toda razão, e eu compreendo.



A mente de Angelique já disparara. A suíte ao lado dos aposentos de Malcolm seria o ideal, com muitos criados, roupas novas. Arrumarei uma costureira e mandarei fazer lindos vestidos, teria uma companhia apropriada, assumirei o comando... dele e do meu futuro.



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