— Maureen! — gritou Jamie, feliz por tornar a vê-la.
Angelique virou o rosto, viu os olhos de Maureen se abrandarem e compreendeu que fora esquecida. E com toda razão, pensou ela, sorrindo para si mesma. Maureen vai chorar, ter um acesso de raiva, jurar que partirá, mas continuará aqui. Fará com que ele sofra, mas acabará perdoando-o. Nunca esquecerá, mas ficará — e ficará porque o ama... ah, como as mulheres são tolas!
Em silêncio, despercebida, ela se afastou, contente por estar sozinha.
A noite era agradável. Na baía, os sinos dos navios assinalaram a hora. Lá longe, além do promontório, seu emissário seguia no
Edward vai pressionar aquela mulher horrível e viveremos felizes para sempre, passaremos mais de dois meses em Paris a cada dois anos, o verão na Provença, e iniciarei uma dinastia... com cinco mil guinéus só meus, sou uma herdeira, e cada
Edward roi muito tolo ao pensar que algum dia eu poderia me tornar amiga dela ou haveria de querer isso.
Aquela mulher é vil. Nunca a perdoarei pelas coisas que fez e escreveu. Ilegítimo, hem? Jamais esquecerei isso, e nós seremos vingados, meu Malcolm e eu, por toda a angústia que ela nos causou, a ele e a mim. Vamos nos vingar daquela megera.
Gosto dessa palavra, disse Angelique a si mesma, sorrindo. E este é um dos meus novos segredos. Percebi o que ela era desde o primeiro momento em que a conheci e durante as poucas vezes em que nos encontramos, nas ocasiões em que jantamos juntas, a megera mal falando comigo, sempre me desaprovando, por mais que eu me esforçasse. Ela é mesmo uma velha megera. Embora tenha apenas trinta e sete anos. Mas é e sempre será a megera Struan para mim.
Angelique tinha dezoito anos, seis meses e uns poucos dias. Entrou no saguão do prédio da Struan, sob o leão vermelho da Escócia e o dragão verde da China entrelaçados, subiu a enorme escada, e foi para sua suíte. Trancou a porta e, depois, na maior felicidade, foi para a cama... e mergulhou num sono tranquilo.
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