Читаем Gai-jin полностью

No pátio, os delegados do Bakufu embarcavam em seus palanquins. Toda a atividade por ali cessara, os seis jardineiros ajoelhados, imóveis, a cabeça na terra-Misamoto esperava ao lado de Yoshi, consciente de que não continuaria de pé se cometesse qualquer erro, torcendo desesperado para ter passado no primeiro teste.



De uma forma ou de outra, serei útil a esse desgraçado, pensou ele, em inglês, até poder embarcar num navio americano e poder retornar ao paraíso. Contarei ao capitão que fui seqüestrado da equipe de Harris por essa escória...



Ele levantou os olhos, descobriu que Yoshi o observava e ficou imóvel.



— O que é, lorde?



— O que você estava pensando?



— Torcia para ter sido de alguma utilidade, Sire. Eu... Cuidado com quem está atrás, Sire!



André Poncin descia os degraus, aproximando-se de Yoshi. No mesmo instante, os guardas formaram um cordão protetor. Sem medo, Poncin fez uma mesura polida e disse, num japonês hesitante, embora compreensível:



— Senhor, permite que eu transmita uma mensagem de meu superior, o ministro francês?



— Que mensagem?



— Ele diz que talvez gostaria de conhecer o interior do navio a vapor, as máquinas, os canhões. Formula um humilde convite, ao senhor e outras autoridades.



Poncin esperou, não viu qualquer reação, apenas um aceno imperioso do leque, dispensando-o.



— Obrigado, lorde. Por favor, desculpe-me.



Ele se afastou, convencido de que acertara em cheio. No primeiro degrau, notou que Tyrer o observava da janela da sala de audiências, reprimiu uma imprecação e acenou com a mão. Tyrer respondeu ao aceno.



Depois que o último samurai deixou o pátio, os jardineiros recomeçaram a trabalhar. Um deles levantou a pá para o ombro e se afastou, claudicando. Hiraga, a cabeça envolta por um pano velho e imundo, o quimono esfarrapado e sujo, sentia-se feliz com o sucesso de sua espionagem. Agora sabia como, quando e onde o ataque do dia seguinte deveria ser desfechado.



Mais uma vez seguro em seu palanquim, de volta para o castelo — com Misamoto, por ordem sua, sentado na outra extremidade — Yoshi deixou a mente vaguear. Ainda estava atônito pela maneira descortês com que haviam sido dispensados, não furioso como os outros, apenas paciente: a vingança será aplicada do modo que eu escolher.



Um convite para visitar um navio de guerra, conhecer suas máquinas? Era Uma oportunidade que não se podia perder. Perigoso aceitar, mas não havia outro Jeito. Seus olhos focalizaram Misamoto, que espiava por uma janela estreita do Palanquim. O prisioneiro Misamoto se mostrara útil até agora. Estupidez dos intérpretes não traduzirem com precisão. Estupidez do russo nos ameaçar. Estupidez de todos serem tão grosseiros. Estupidez do servo chinês nos chamar de macacos. Muita estupidez. Pois cuidarei de todos eles, alguns mais cedo do que outros.



Mas como lidar com os líderes e sua esquadra?



— Misamoto, decidi não mandá-lo de volta para a casa da guarda. Por vinte dias, ficará alojado com meus servidores e continuará a aprender como se comportar que nem um samurai.



Misamoto baixou a cabeça para o chão do palanquim no mesmo instante.



— Obrigado, lorde.



— Se você me agradar. E agora me diga: o que vai acontecer amanhã? Misamoto hesitou, apavorado: a primeira regra da sobrevivência era nunca ser o portador de más notícias para qualquer samurai, nunca dizer nada, nunca informar qualquer coisa voluntariamente, mas se obrigado, responder apenas o que acha que o outro quer ouvir. Ao contrário do que acontece lá, na América, o paraíso neste mundo.





A resposta é óbvia, ele teve vontade de gritar, recaindo em seu hábito de pensar em inglês — a única coisa que o mantivera são durante os anos de confinamento —, se você visse como eles tratavam uns aos outros na família gai-jin com que vivi, como me tratavam, um servo, é verdade, mas mesmo assim como um homem, melhor do que jamais sonhei ser possível, como cada homem pode andar de cabeça erguida, e carregar uma faca ou pistola, exceto a maioria dos pretos, como todos são impacientes em resolver um problema, a fim de passar, apressados, para o próximo — se necessário pelo punho, pistola ou canhoneio —, onde quase todo mundo é igual perante a lei, e não há os nojentos daimios ou samurais, que podem matar um homem quando assim desejam...



— Responda com a verdade, sempre, se preza a sua vida — recomendou Yoshi, suavemente, percebendo seus pensamentos.



— Claro, lorde, sempre. — O apavorado Misamoto tratou de obedecer. — Sinto muito, lorde, mas a menos que eles consigam o que querem, acho que vão... vão arrasar Iedo.



Concordo, pensou Yoshi, mas só se formos estúpidos.



— Seus canhões podem fazer isso?



— Podem, sim, lorde. Não o castelo, mas a cidade seria incendiada.



O que seria um estúpido desperdício dos recursos do clã Toranaga. Teríamos de substituir a todos, camponeses, artesãos, cortesãos e mercadores que nos servem.



— E como você lhes daria um pouco de sopa, mas sem peixe? — indagou Yoshi.



— Perdoe-me, lorde, mas não sei.



— Pois então pense a respeito. E me dê sua resposta ao amanhecer.



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